Em
28 de Junho de 2012, por iniciativa do MUDA e tal com a Lei obriga, na
Assembleia Municipal foi aprovada sem votos contra (votos a favor do
MUDA e da CDU e abstenção do PS), a declaração do Estado de
Desequilíbrio e Ruptura Financeira do Município. Com base nesta decisão
foi preparado um Plano de Reequilíbrio do Município que permitia, em
articulação com o PAEL (Programa de Apoio à Economia Local) pagar toda a
dívida de curto prazo e reestruturar toda a dívida do município a 20
anos.
O
presidente da câmara municipal, João Grilo, justificou esta decisão
como sendo a única via para que o município possa continuar a crescer
sem ficar esmagado pelo peso da dívida e o último recurso face às
dificuldades sentidas, com um conjunto de factores adversos demasiado
pesados para serem resolvidos de outras formas:
Em
primeiro lugar, o aumento exponencial do endividamento, ou do passivo,
de 4 milhões de euros em 2001 para mais de 20 milhões em 2009 (valor que
não continha os passivos não registados e os compromissos financeiros
assumidos durante o ano de 2009 e que, a concretizarem-se, elevariam o
passivo para cerca de 30 Milhões de Euros) e que deixou o município “à
beira do precipício”!
Em
segundo lugar, o facto de no final do mandato anterior o município ter
recorrido a um empréstimo para saneamento financeiro das suas contas e
que, manifestamente, foi insuficiente e desajustado face à dívida
efectivamente acumulada. Consolidou uma dívida de curto prazo de 9,65
milhões de euros quando, na realidade – como o tempo e as auditorias
vieram a confirmar – entre dívida não registada (mais de 5,5 milhões de
euros integrados nos exercícios de 2009, 2010 e 2011), despesa realizada
até ao final desse mandato e compromissos assumidos, a dívida de curto
prazo não consolidada ultrapassava, nessa data, os 17 milhões de euros.
Em
terceiro lugar, o município tem visto as suas receitas diminuir e em
2012 essa diminuição ultrapassa o meio milhão de euros, por força da
diminuição das transferências directas do orçamento de estado (menos 300
mil euros), e redução das receitas do IMI (menos 200 mil euros) ao
mesmo tempo que outras receitas própria da autarquia também têm
diminuído acompanhando a situação de crise e abrandamento da economia
nacional e local.
Em
quarto lugar, o aumento generalizados dos preços dos bens e serviços
básicos necessários à actividade diária da autarquia, como sejam, os
combustíveis, a água (concessionada desde 2008), a electricidade e o
depósito dos resíduos sólidos urbanos.
Apesar
de tudo isto, João Grilo destaca que o endividamento do município, que
antes crescia mais de 2 milhões de euros ao ano, não aumentou nos
exercícios 2010 e 2011. “Desde o início do mandato, trabalhámos com
muito menos receitas, integrámos e pagámos muita dívida e, mesmo assim,
melhorámos as respostas da autarquia e a reputação do município junto
dos agentes locais e regionais, sem aumentar o endividamento. Pagámos
obras que já estavam concluídas, estamos a concluir obras que estavam em
andamento sem qualquer pagamento e estamos a lançar novas obras. Mas
com a entrada em vigor da “Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em
Atraso” a dívida antiga é, a cada dia que passa um obstáculo maior”.
No
entanto, e apesar da decisão da assembleia municipal, uma vez elaborado
o plano de reequilíbrio, este veio reprovado em sessão de câmara, não
tendo sido possível submetê-lo ainda à assembleia municipal.
João
Grilo lamentou a falta de sentido de responsabilidade dos vereadores do
PS e da CDU perante o momento que o município vive, uma vez que o que
se está a procurar não é para beneficiar nenhuma força política no curto
prazo, é antes para beneficiar todos os munícipes e garantir que o
município pode ter perspectivas de crescimento enquanto paga as suas
dívidas ao longo dos próximos 20 anos. “Agora os 4 milhões de euros do
PAEL que eram para o Alandroal pagar dívidas vão para outra câmara
qualquer!”
“Pedimos
colaboração mas não recebemos contributos nem sugestões alternativas de
ninguém. Vamos continuar a pedir contributos e estamos dispostos a
integrar as alterações que forem necessárias para encontrar uma solução
de futuro para o concelho. Os munícipes esperam de todos nós uma atitude
construtiva.”
Fonte: Gab. Imp. Município de Alandroal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário