quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ALANDROAL MONUMENTOSO

O CASTELO VELHO

Nesta 5ª edição do Alandroal Monumentoso levo-os a conhecer o Castelo Velho ( Hortinhas - Alandroal ). O Castelo Velho é mais um monumento muito pouco conhecido pelo próprios Alandroalenses, no entanto este é o único sítio arqueológico no Concelho do Alandroal classificado como Monumento Nacional.

O texto de apresentação do Castelo Velho é da autoria de Conceição Roque, Técnica Arqueóloga que colaborou nos trabalhos de feitura da Carta Arqueológica do Alandroal.

Parte de parede do Castelo velho com vista para o Lucifécit.

Situado na margem direita da Ribeira do Lucifecit o povoado fortificado do Castelo Velho das Hortinhas, do alto das suas encostas íngremes, integra uma paisagem predominantemente agreste, marcada por afloramentos irregulares de xisto que acompanham e dominam as margens daquela importante linha de água.

O local apresenta vestígios de uma intensa ocupação ao longo de vários milénios; daquilo que se conhece do sítio os indícios mais antigos remontam ao Calcolítico (de 3.000 a 1700 anos antes de Cristo), tendo sido igualmente habitado durante a Idade do Bronze (de 1700 a 700 antes da nossa Era), e na Idade do Ferro (de 700 a. C. ao século I antes de Cristo), altura em que foi abandonado. As muralhas, construídas nas várias fases de ocupação, indicam épocas de conflitos, aos quais não foi alheia a escolha da sua implantação.


Alguns séculos mais tarde, em Época Islâmica, o lugar voltou a ser habitado, constituindo caso único conhecido no concelho do Alandroal, e pouco frequente em todo o Sul do país, uma vez que os vestígios da presença dos povos islâmicos em meio rural são raros; deste período subsistem no local restos de estruturas de carácter habitacional, visíveis após as escavações arqueológicas efectuadas no início dos anos 90 do século passado.


No concelho do Alandroal é possível encontrar outros habitats de cronologia Proto-Histórica (Idades Bronze e do Ferro) com implantações muito semelhantes ao Castelo Velho da Hortinhas, como o vizinho povoado do Castelinho, a cerca de 1,5 km a noroeste e igualmente sobre a margem da Ribeira do Lucifecit, a Rocha de Províncios, junto à Ribeira de Províncios, ou o Castelo da Pena de Alfange próximo da margem do Guadiana, actualmente rodeado pelas águas da Barragem de Alqueva. Como exemplos fora do concelho dois outros grandes povoados Proto-históricos manifestam características de implantação idênticas, o Castelo Velho de Veiros, a cerca de 33 km a noroeste, sobre a Ribeira da Alcravissa e o Castelo Velho do Degebe, sensivelmente à mesma distância a sudoeste, junto ao rio que lhe dá nome.


Tal como alguns dos povoados referidos anteriormente o Castelo Velho das Hortinhas deve a sua toponímia às suas muralhas, que ao longo dos tempos não passaram despercebidas às gentes da região, marcando-o na memória popular como um lugar especial, com indícios visíveis de antigas vivências.
De salientar que o Castelo Velho das Hortinhas é o único sítio arqueológico no concelho do Alandroal classificado como Monumento Nacional.

Mote para umas décimas dedicadas ao Castelo Velho

Está à face do Lucifécit
Um castelo feito pelos Mouros

A muita gente lhe parece
E dizem que há ali tesouro.


In: Carta Arqueológica do Alandroal.

Ruínas do Castelo Velho

Fotos pertença do blogue Cidades Invisíveis

Mais uma vez se agradece antecipadamente a colaboração dos leitores para um melhor conhecimento dos nossos monumentos, por isso, se alguém souber algo mais sobre este monumento, não se abstenha de participar, nem que seja uma lenda, divulgue-a aqui.

Próxima edição do Alandroal Monumentoso, o Pelourinho De Juromenha.

5 comentários:

Anônimo disse...

Parabens ,
Excelente artigo.
Bom trabalho
Obrigado pela dedicação.
H.P.

Anônimo disse...

CASTELO VELHO monumento nacional, para ir ao castelo velho tem que ir a HORTINHAS, está a entrada uma placa segue o sentido da mesma em caminho de terra batida. Na entrada para o CASTELO VELHO encontra na sua esquerda uma pedra de xisto muito alta que parece a pedra da rocha da mina, a dita pedra tem o nome pedra do charro, reza a lenda que o dito era um bandoleiro do antigo poder que governava. O homem chamado charro foi apanhado pelos servidores do poder, guardas do regime junto da tapada grande muito perto de HORTINHAS, onde logo ai lhe deram muita lambada que o deixaram em coma. Depois ataram-no à cauda do cavalo que a cavalo patrulhavam e foi levado ao pucho do cavalo até ao CASTELO VELHO, ai caíram os restos do corpo do charro. O povo que seriam os escravos do regime e amigos do charro deram o nome à dita pedra porque foi ali enterrado o corpo. E mais, construiram junto da Tapada Grande onde ele foi apanhado e espancado uma construção em chisto tipo altar e colocaram uma cruz em ferro trabalhado, cruz essa que á muitos anos foi roubada mas a construção em chisto ainda lá está. Sempre ouvi esta lenda e tem muitos anos o já falecido e grande poeta popular ANASTACIO PIRES tinha muita decima sobre este tema. CHARRO GRANDE BANDOLEIRO CONTRA O REGIME, COMO NÓS CONTRA SALASAR, O FACHISMO NUNCA MAIS.

Anônimo disse...

CASTELO VELHO JUNTO A RIBEIRA DO LUCEFECIT, JUNTO DA RIBEIRA BEM PERTO DO CASTELO, UMA LENDA.
PEDRA DA BIXA GRANDE, É UMA PEDRA DE XISTO MAS EM SENTIDO CONTRÁRIO À PEDRA DO CHARRO, ESTÁ NAS BARREIRAS DO SR MIGUEL DA MOTA, A PEDRA ESTÁ DEITADA DEBAIXO DUM GRANDE BURACO QUE SERVIA DE ABRIGO DOS MOIRAIS. A DITA LENDA SOBRE A PEDRA É DO MOIRAL QUE GUARDAVA AS CABRAS CABRINOS NA HERDADE S.MIGUEL DA MOTA. ERA UM HOMEM MUITO ALCOÓLICO GASTAVA TODOS OS TOSTÕES, TINHA MUITOS FILHOS PARA DAR DE COMER E MULHER. PARA BEBER VINHO ROUBAVA OS CHIBOS MELHORES PARA VENDER E DEPOIS IA DIZER AO PATRÃO QUE ANDAVA ALI UMA BIXA MUITO GRANDE A COMER OS MELHORES CHIBOS. O PATRÃO CONVOCOU TODOS OS CRIADOS, UNS COM ESPINGARDAS OUTROS COM ENCHADAS, PAUS, CANUDOS, TUDO IA SERVIR PARA TIRAR A VIDA À BIXA. O DITO MOIRAL LEVAVA OS CÃES, O PAU E ASSOBIAVA PARA QUE A BIXA NÃO FOSSE VISTA, O PATRÃO RALHAVA COM ELE PELO BARULHO. E ELE, PATRÃO OS MEUS CÃES ENCONTRA-NA ASSIM, PORQUE SEMPRE QUANDO EU ASSOBIAVA ELA APARECIA. ESTIVERAM NO LOCAL DURANTE DIAS PARA MATAR A BIXA E ELA NUNCA APARECEU, ATÉ QUE O PATRÃO. BEM ISTO NÃO PODE SER, AQUI SÓ Á UMA SOLUÇÃO, FOI TER COM O MOIRAL, AMIGO VOU-TE MANDAR EMBORA ESTA BIXA ESTÁ-ME A DAR CABO DA CABEÇA COMO PODE ELA SER TÃO ESPERTA SÓ ME COME OS MELHORES CHIBOS. PATRÃO ELA E TÃO GRANDE E TEM TANTO VAGAR PARA ESCOLHER OS MELHORES CHIBOS, EU ABALO E A BIXA FICA CÁ PATRÃO.

Anônimo disse...

Um artigo pequenino mas bem escrito! A ver se vai escrevendo mais algumas coisas sobre o que existe no nosso concelho.

Anônimo disse...

HORTINHAS NÃO SE CHAMAVA HORTINHAS ERA MUITO E MUITO ANTIGAMENTE ALDEIA DO TOJAL. OS MOTIVOS DE ALDEIA DO TOJAL FORAM OS CARTAGINESES QUE LHE DERAM ORIGEM POR OS ALTOS COBERTOS DE MÁTO SUGIDADE E BOM PASTORAL PARA CABRINOS FONTE DE RENDIMENTO POR ESTA ZONA.MAIS TARDE FOI SEU BATIZO HORTINHAS PELA CONSTRUÇÃO DE HORTAS EM PEDRA DE XISTO JUNTO DE VARIOS GEMEDORES DE ÁGUA NASCENTE CULTIVANDO PARA SEUS ALIMENTOS ORIGINÁIS NO CAMPO.