quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PENSAMENTOS DO EDITOR - APROVEITAR A CRISE

Centro Industrial Multimunicipal

Crise, fala-se na crise em todo o Mundo e Portugal infelizmente não foge à regra. Todos os dias os Media falam na falência de empresas e mais pessoas para o desemprego, mas se repararem 80% dessas empresas são no Norte e multinacionais.

Isso pode-nos levar a pensar que o Alentejo não entrou em crise e de facto não entrou, o Alentejo está em crise há mais de 20 anos. Porquê? Porque os sucessivos governos da República privilegiaram sempre o Litoral Norte e Beira Baixa, facilitando a entrada aos investidores estrangeiros para aquelas zonas do Pais, contribuindo com dinheiro dos cofres do Estado e projectos conjuntos com a Comunidade Europeia.

Agora é claro, que é naquela zona que fecham mais empresas, porque era ai que estavam abertas, no Alentejo fecham poucas, porque poucas há.

Mas isto das crises, todos sabemos, é cíclico, não sabemos é a duração desse ciclo. E também sabemos que novos ciclos trazem novas oportunidades e mais se tivermos preparados com antecedência e convenientemente para o arranque de um novo ciclo.

Esta pode ser “ mais” uma oportunidade para o Alentejo, ou pelo menos para os Concelhos da Zona dos Mármores + Elvas.

Dentro de 4 anos vamos ter o TGV e mais importante ainda, paralelamente vai-se construir uma linha de transporte de mercadorias. É esta linha que tem de ser bem explorada em toda esta região.

E a minha proposta é que se faça um Centro Industrial Multimunicipal, com infra-estruturas que permitam a implantação de todo o tipo de Industria, Comercio e Serviços e que esteja centrado geograficamente de maneira a servir todos estes Concelhos, mas com acesso directo á Linha de Transporte de Mercadorias.

Independente de cada Concelho ter o seu próprio e antigo Parque Industrial, este novo Centro seria construído de uma forma moderna, cumprindo todas a regras comunitárias em termos ambientais, acessibilidades, energéticas, segurança...

Nunca esquecendo que a jusante temos o Alqueva-turístico, e todos os resíduos excedentários teriam que sair do Centro devidamente tratados.

Penso que este seria um projecto inovador e inserido no espírito de cooperação comunitária. Pelo que teria boas oportunidades de ser coofinanciado pela Comunidade Europeia.

E quando a economia Europeia e Mundial começarem a recuperar, voltam a aparecer grandes multinacionais a quererem investir. E onde vão querer localizar as suas empresas?

Aqui:Onde há mão-de-obra, auto-estradas, caminhos de ferro, aeroportos ( Badajoz, Alcochete e Beja ) e o principal, um local onde possam construir sem terem problemas legais e condicionantes de qualquer ordem.

Isto é só um pensamento e como os sonhos, não são proibidos e comandam a vida.

M. Varandas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sonhar é fácil, mas sempre que um homem sonha o mundo pula e avnça.
Só é estranho que no plano estratégico para o Alandroal o eixo de desenvolvimento turistico de Alqueva não seja referido.

Anônimo disse...

Isto dos sonhos tem que se lhe diga.

Quer dizer que o bom seria, prepararmos tudo para depois virem a grandes multi-nacionais, pela mão-de-obra barata, vindo a poluir toda a natureza que nós temos. Mas, mão-de-obra? No Alentejo? Dificilmente! Obviamente que existe alguma disponível mas para multinacionais? Eh! Não! A pensar assim, essa mão-de-obra teria que vir de fora, sem que incomodem muito os de fora. Depois estariam por aqui até à próxima crise, que pode ser... daqui a 20 anos, por exemplo. E depois? Depois em vez de dúzia e meia de desempregados teríamos 20 ou 50 mil no Alentejo. E ficávamos com um Alentejo mais pobre, mais devasso, sem qualidade de vida e com muito desemprego.

Não me parece que seja esse o caminho, devemos dosear e não sobredosear.

E quanto à Zona Industrial Multimunicipal, isso não é o que está a ser projectado para Elvas (Caia-Badajoz)? Provavelmente o que o que teve foi um dejá-vu e não um sonho. Agora pesadêlo seria colocá-la ao largo de Juromenha, em plena Rede Natura 2000.

E depois falta muita coisa no sonho, por exemplo conhecimentos básicos de economia. Não se criam polos industriais no meio do nada só porque se sonhou. Há uma série de variáveis a ponderar e nenhuma delas é concerteza o que se sonhou.

Anônimo disse...

Este comentário acima tem razão em muitos aspectos e há muitas variáveis que não foram de facto ponderadas.

Mas para que haja discussão tem de haver uma ideia para discutir. E além do mais o sitio assinalado não tem de ser forçosamente aquele, pode muito bem ser desviado para fora da Rede Natura.

Já agora, este pode não ser o caminho, então qual é?

É que esse é um dos nossos principais problemas, nunca damos uma alternativa válida para aquilo que julgamos não ser uma solução.

E o meu amigo da maneira como escreve, não parece ser daqueles que criticam só por criticar, há nessa cabeça, quem sabe ideias que possam ser válidas.

Anônimo disse...

Eu quero um Alentejo verde, em constante primavera.
As condições foram criadas: temos a água de Alqueva.
O Alentejo pode tornar-se economicamente rentável aproveitando as condições para que ele e o seu povo têm aptidão.
Agricultura, pecuária, turismo também e porque não flores, muitas flores. O Alentejo tem de florescer. Podemos fazer dele um jardim e não um deserto de terra queimada com a poluição com que as multinacionais nos iriam brindar.
Indústria? Quando muito a de transformação dos produtos aqui produzidos.
Aqui existe aptidão para produzir comida e por mais crise que haja todos temos necessidade de comer.
A orientação medíocre que nos tem travado o passo, proibindo-nos de produzir aquilo para que estamos vocacionados tem de mudar.
Portugal não tem dinheiro para comprar comida no estrangeiro.
Abram os olhos.
Se seguirmos o caminho certo estamos a trabalhar para nós e duma maneira sustentada.
Se vierem multinacionais trabalharemos a prazo limitado para patrões estrangeiros.
Regionalização já e gente competente, com capacidade para gerir as potencialidades que são nossas e para as quais estamos vocacionados.
Os sonhos parecem muito bonitos enquanto sonhamos. Ao acordar verificamos que sonhos são sonhos: não passam disso.
Vamos encarar a realidade. É muito melhor para todos nós.
Uma última observação: não deixemos que sejam os espanhóis a colonizar-nos. Os empresários portugueses têm de ser mais dinâmicos e deixarem de pensar só no curto praso.
Para acabar: o Alentejo serve para produzir comida. Sempre assim foi.
Turismo? Não digo que não, mas reparem no que agora diz o José Roquete. "Não vai investir aqui nem um tostão se os espanhóis contruirem a refinaria".
Onde é que está a sustentabilidade dos prometidos investimentos? Basta uma crise (que isso é que deve ser a principal razão dele) ou uma refinaria para deitar tudo abaixo.
Alentejo é terra de pão!
Os alentejanos sabem isso.