quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ALANDROAL MONUMENTOSO

PELOURINHO DE ALANDROAL

A minha segunda escolha vai para o Pelourinho de Alandroal, não porque seja um dos mais importantes do concelho, muito pelo contrário, é até talvez um dos monumentos menos conhecido até pelos próprios Alandroalenses, por isso a minha escolha. Dar a conhecer melhor o Pelourinho de Alandroal.

É pouco conhecido porque esteve "escondido" mais de 150 anos! E porque esteve escondido? É o que vou tentar explicar.

A História:
O Alandroal foi das terras que mais beneficiou no Século XIX com as invasões francesas e a posterior guerra civil, onde os Liberais levaram a melhor. Sabe-se também, que os Liberais derrubaram muitos dos pelourinhos por os considerarem símbolos de tirania e desde logo os Alandroalenses da altura tomaram partido pelos Liberais derrubando o seu pelourinho que inicialmente estava junto do edifício da Câmara.

O Alandroal como concelho começou a afirmar-se nessa altura, à custa de Juromenha, Terena e até um pouco de Vila Viçosa, que era Miguelista. Juromenha havia sido devastada com a explosão do seu paiol no século XVII, mais tarde e ainda a recuperar "levou" com as invasões francesas, perdendo inclusivamente Vila Real para Olivença e para os espanhóis. Terena presumo que ao continuar com o seu pelourinho intacto teria tomado a parte dos Miguelistas, contra a causa vencedora dos Liberais.

A guerra civil findou em 1834 e em 1835 foi feita uma divisão administrativa que em grande parte vigora actualmente. É claro que o Alandroal viria a ser grandemente beneficiado em detrimento dos concelhos vizinhos, tudo em virtude do seu apoio aos Liberais, apoio manifestado pelo derrube do Pelourinho.

Os despojos do Pelourinho de Alandroal foram depositados ao ar livre no interior do castelo, juntamente com outras pedras do antigo cemitério e ali esteve mais de 150 anos à mercê de qualquer vândalo. Só no principio deste século foi restaurado e aquando da requalificação do Rossio do Arquiz, e em 2005 foi colocado no sitio onde está actualmente.


Definição ( In-Wikipédia):
Os Pelourinhos são colunas de pedra colocadas em lugar público da cidade ou vila onde eram torturados e expostos criminosos. Os pelourinhos normalmente são constituídos por uma base sobre a qual assenta uma coluna ou fuste e terminam por um capitel.

Em Portugal, os pelourinhos ou picotas (esta a designação mais antiga e popular) dos municípios localizavam-se sempre em frente ao edifício da câmara, desde o século XII. Muitos tinham no topo uma pequena casa em forma de guarita, feita de grades de ferro, onde os delinquentes eram expostos à vergonha pública. Noutros locais os presos eram amarrados às argolas e açoutados ou mutilados, consoante a gravidade do delito e os costumes da época.

Localização:
Rossio do Arquiz, Alandroal

Composição:
Do primitivo pelourinho apenas subsistem o fuste e o capitel. A base completamente nova é composta por um plinto quadrado em granito, o fuste é em ardósia rectangular, o capitel apresenta a parte inferior em depressão côncava quase cilíndrica e é em mármore.


Apelo do editor: Se algum leitor souber de mais dados do que aqueles que disponho, agradecia a participação dos mesmos. Quanto a outros monumentos do Concelho, estou à também à espera de colaboração dos conterrâneos desses monumentos, com fotos e ou textos.

Ex. Arco da Mina, Pedra Alçada de Santiago de Maior, Anta de Santiago...

9 comentários:

Anônimo disse...

"A guerra civil findou em 1934 e em 1935 foi feita uma divisão administrativa que em grande parte vigora actualmente."

Ó Rosinha, onde é que foste copiar esses datas?
Se estivesse certo era provável que ainda houvesse pessoas vivas desse tempo.

Olha a "guerra civil" começou em 1831 e prolongou-se até 1834.

Varandas disse...

Claro!

As datas correctas são 1834 e 1835. Foi o hábito de ter feitos muitos sumários no século XX :)

Mas como disse, tudo se passou no século XIX, há mais de 150 anos. Já rectifiquei as datas no post.

Agradecido, Rosinha.

Anônimo disse...

Uma Alandroalense agradece ao BLOGUE toda esta Importante Informação!
Muito interessante esta Iniciativa!
Continuem e OBRIGADA!

Uma Alandroalense que AMA A SUA TERRA!!!

Anônimo disse...

Esse capitel não tem nada a ver com o original!

Arqueóloga

Anônimo disse...

Sei que uma reconstituição deve deixar bem visível a distinção entre a parte original e o que foi acrescentado ao monumento com a intenção de mostrar a sua funcionalidade ,no entanto a mistura de materiais (granito, xisto e mármore) torna a reconstituição do pelourinho do Alandroal única, completamente aliatória,imaginativa... Gostaria de saber de quem foi a ideia.
Quanto ao capitel, francamente aquilo parece-me uma base de coluna, antiga, com patine mas uma base. Gostaria que a arqueóloga que comentou acima e que afirma com tanta certeza, e acredito nela, nos esclarecesse, se sabe desenvolva o comentário e explique-nos se há gravuras do original, se alguém saberá do paradeiro dele, se a forma apresentada pelo actual pelourinho é improvável neste tipo de monumento, enfim que contribua de um modo mais construtivo para este tema.

Anônimo disse...

O CAPITEL do Pelourinho...

Sra. Arquitecta, permita-me confidenciar-lhe que o Capitel, não no seu todo, corresponde ao original.
Esqueceram-se!!!foi de lhe integrar o resto das peças.

Abraços para todos.

António J. Fontes Coelho

Anônimo disse...

Caro António J.Fontes Coelho, e de quem a responsabilidade de quem não integrou o resto das peças?
Possivelmente mais um que se diz Doutor e pelos vistos com grande competência.
Se poder esclarecer o povo do Alandroal agradece.
Muito obrigado.

Anônimo disse...

O Pelourinho...

Ao comentarista das 10:28 retribuo o Muito Obrigado pela referência.

Por isso e pela estima que me liga ao proprietário do blogue (desde quando ele ainda era criança), logo que possa voltarei ao espaço para subsidiar um pouco mais o tema.
Não devo porém deixar de referir que apenas sou um mero autoditacta, como qualquer outro.
Mas quero e devo aqui felicitar o Manel, com todo o entusiasmo, pela iniciativa da criação do "Alandroal Monumentoso".

Abraços para todos.

António J. Fontes Coelho

Varandas disse...

O Sr. Tói é de facto um grande autodidacta, mas é também uma "Fonte" de saber e conservador de documentos, por isso a sua participação nestes temas é importantíssima, a qual agradeço e lhe envio um abraço.

Rosinha