JOÃO PAULO GALHARDAS
Décima primeira obra, das trinta que fazem parte do trabalho de Matias José que foi a concurso de poesia do actor Mário Viegas 2007/08, Fórum Cultural de Santarém. A cada ilustração do João Paulo, está associado um poema e o de hoje, é:
Um Anjo na Tela
Afinal sempre existe um anjo
Pintado em tons de rubro sangue…
Sangue teu por sinal.
Nas asas pingos que vão escorrendo
Até ao dia fatal!
Inspirado no desejo
De te ver novamente pintar
Os traços, as formas… As cores,
Para sempre no meu olhar!
Por isso… Se puderes,
Traz até perto de mim
Esse anjo que descrevi
E com sangue foste assinar!!
Matias José
Um comentário:
Este tipo de pintura não era habitual em João Paulo. Tem mais quatro trabalhos semelhantes e por aí se ficou. Dei o nome de "Fernando Pessoa" a esta tela porque vi um olhar, um nariz, um bigode e uma boca que logo me fizeram lembrar o mestre da poesia.
E por falar em mestre da poesia aqui vai uma dele:
Fito-me frente a frente
E conheço quem sou?...
Estou louco é evidente,
Mas que louco é que estou?
É por ser mais poeta
Que gente que sou louco,
Ou por ter completa
A noção de ser pouco?
Não sei, mas sinto morto
O ser vivo que tenho.
Nasci como um aborto
Salvo a hora e o tamanho!
Fernando Pessoa
KABÉ
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