terça-feira, 17 de junho de 2008
PESCA DESPORTIVA - RESULTADOS
Realizou-se no passado dia 8/06, em Ponte Sôr a 3ª Prova do Campeonato Regional da 1ª Divisão Individual, relativo à 1ª Associação Regional de Pesca Desportiva de Rio.
Ponte Sôr tem uma pista de pesca na Ribeira de Sôr, que fica em pleno jardim / complexo das piscinas locais / complexo de lazer municipal.
O relato dos preparativos e da prova, feito por Fernando Carvalho.
O local está muito bem arranjado, é muito aprazível, mas do ponto de vista da pesca apresenta sempre dois grandes problemas, 1º é um local onde a pesca é sempre muito difícil e uma grande incógnita, e 2º devido ao calor que normalmente se faz sentir no local (além da temperatura da época, acresce o facto do sol incidir sobre as superfícies claras da pista, fazendo a reflexão dos raios solares).
Neste momento a pesca no local é feita à base de peixes de pequenas dimensões abletes, bogas, barbos e algumas percas sol, havendo no entanto alguns barbos e carpas de médias dimensões..
De forma a não ser surpreendido e para defender o melhor possível a minha classificação, resolvi “queimar” um dia das minhas férias (6ª feira antes da prova) para poder treinar, para assim poder fazer várias experiências, quer a nível de técnicas, quer a nível de material a utilizar.
Treinei na 6ª feira de manhã e à tarde e Sábado de manhã, tendo-o feito em vários locais da pista, de forma a poder percorrer vários sectores da prova, pois nem todos os locais são iguais, sendo necessário utilizar técnicas diferentes um pouco em função do local onde nos encontramos na pista.
Os treinos revelaram-se muito difíceis, quer na pesca à francesa, quer na pesca à inglesa, sendo que nunca foi possível realizar um treino que ajudasse a decidir qual o tipo de pesca que deveria ser utilizado em prova.
Em nenhum dos treinos, foi feito mais do que 1,400 gr de peixe.
Durante os treinos e à noite fui ouvindo os locais dizerem que deveria optar por este ou aquele tipo de pesca, o que “me baralhava ainda mais as minhas contas” (falou-se na prova da 2ª Div. Nac. realizada 15 dias antes, onde houve sectores a serem ganhos com peixe de pequenas dimensões e uma carpa, outros com um barbo grande, ambos à inglesa e outros na pesca das bogas à francesa.
Fiquei com a noite toda para pensar o que deveria fazer na prova do dia seguinte e a conclusão não era muito clara, começar à francesa na pesca das bogas, ou pelo contrário seria de apostar na pesca à inglesa?
Prova
No dia da prova, após conhecer o resultado do sorteio, decidi que em face do sector que me foi sorteado – Sector D, nº 8, deveria começar e insistir na pesca à francesa, pois o pesqueiro que me tinha calhado em sorte era um pesqueiro de bogas.
E assim foi, prepararei 5 kits para a francesa e 5 canas de inglesa, sempre com o pensamento que a pesca a utilizar era a francesa, mas em face dos resultados obtidos poder decidir se deveria mudar para a pesca à inglesa ou não.
Logo que chegámos aos pesqueiros, para dificultar ainda mais, o vento tinha-se instalado e em força, tendo ficado até cerca de 1 hora do fim.
Preparado que estava o engodo para bogas (um balde quase cheio de engodo, 15 lts permitidos; um mão cheia de pinkies; cerca de um litro de asticot colado, para o caso de ser necessário utilizar a pesca à inglesa; e esse ouro para as bogas e não só, que são o ver de vase e o fullis - outros tipos de larvas muito utilizados na captura de bogas, “ver de vase” para iscar e o fullis para juntar ao engodo).
Ás 10:00 h teve inicio a prova e como previsto comecei à francesa, pescando aos 11 mts. Após cerca de meia hora de pesca, a minha manga tinha cerca de dúzia e meia de abletes (os tais peixes que pesam mesmo muito pouco) e já havia no meu sector quem já tivesse capturado duas ou três bogas, começando a destacar-se dos demais pescadores.
Ao fim de cerca de duas horas de prova, a minha pesca estava a ser feita à base de abletes e de algumas bogas (poucas e pequenas), havendo já um pescador que estava com um ritmo de captura de bogas muito aceitável e que se destacava de todos os outros, entretanto o engodo começava a chegar ao fim o que me deixava preocupado e as bogas maiores continuavam sem entrarem no pesqueiro, nem o ritmo de capturas nas pequenas era bom.
A cerca de 45 minutos do fim, perguntei à minha “ajudante”, como estaria a minha classificação no sector, tendo-me ela respondido que não estava mal, mas que face ao tamanho dos peixes era um pouco imprevisível ter uma noção exacta. A minha pesca tinha sido sempre até aí, uma pesca de francesa com montagens pesadas (1,5 gr e 1,25 gr). Quem pescou à inglesa também não tinha rendimento nos barbos.
Entretanto o vento o abrandou e eu começava a olhar para o tempo que faltava para terminar a prova e a pensar que devia tentar a utilização de uma montagem mais leve – 0,50 gr – foi quando ouvi uma voz atrás de mim a dizer, “já experimentaste a montagem mais leve?”.
Foi o clique que faltava para que eu mudasse de imediato para a montagem de 0,50 gr.. Ao fim de 4 ou 5 bolas de engodo em cima da bóia, comecei a ter toques mais francos, mas sem que ferrasse o peixe. Alterei a montagem e foram 35 a 40 minutos até ao final da prova sempre com capturas de praticamente só de boguinhas.
Á 4ª ou 5ª boguinha já estava com confiança e ritmo necessário para que na captura seguinte não tivesse colocado o camaroeiro para apanhar o peixe, tendo eu trazido o peixe até à superfície da água e num gesto rápido, levantei o kit e preparava para apanhar o peixe que vinha de encontro ao meu peito, quando a boga deu vários safanões e se desferrou do anzol, tendo batido na rede da manga e entrado na água. Apenas tive tempo de soltar um grande “AHHHHH”. Claro que daí até ao final, coloquei sempre o camaroeiro para apanhar todas as bogas ferradas.
No final senti que tinha feito todo o meu esforço para defender o meu 4º lugar da classificação geral e sempre na esperança que aquele meu erro não me viesse a custar um ou mais pontos.
Seguiu-se a pesagem e como era o penúltimo do sector, não resisti e tive que ir ver as pesagens de todos os pescadores do sector, para assim não ficar ansioso até que me chegasse a informação.
Após a verificação do meu peso, 0,620 gr, que me dava o 2º lugar do sector (o 1º era o tal pescador, José Justino da S.F Samorense com 1,280 gr, que esteve sempre com um bom ritmo), faltava ainda a pesagem do meu vizinho do lado esquerdo que tinha uma pesca, pensava eu, um pouco melhor que a minha. Foi ao ver a balança ficar parada que cheguei à conclusão que aquela boga saltitona me ia custar 0,5 ponto.
Assim ficou a classificação do meu sector (D)
1º - José Justino – Soc. Fil. Samorense - 1,280 gr
2º - Fernando Carvalho – J S Alandroalense - 0,620 gr
2º - Cláudio Cepinha – Pica e Pucha - 0,620 gr
4º - Alvaro Gil – A P Abrantes - 0,520 gr
6º - Rogério Leal – C. Eborense - 0,280 gr
6º - Paulo Ferreira – G D Benavente - 0,280 gr
6º - Miguel Gualdino – A D Paço dos Negros - 0,280 gr
8º - Manuel Ferreira – G D Benavente - 0,2400 gr
Para ver a classificação acumulada, cliquem no link: 1ª DIVISÃO INDIVIDUAL
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Um comentário:
PARABÉNS FERNANDO já falta pouco para o acesso à 3ª Divisão Nacional, se mantiveres a concentração e o desempenho que tiveste nas provas anteriores, julgo que conseguirás alcançar o grande objectivo que é a subida de divisão.
Desejo-te uma boa prova na sempre dificil pista de Santa Justa.
Força, coragem e que corra tudo bem são os desejos do teu companheiro Miguel...
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