domingo, 16 de dezembro de 2007

PENSAMENTOS DO EDITOR - REFERENDO

Assim que o novo Tratado de Lisboa, foi assinado no Mosteiro dos Jerónimos, logo se levantaram vozes que ".... estão a enganar os portugueses", "...temos que elucidar os portugueses", "... tem que haver debate".

Isto, desde os partidos mais à esquerda até à direita, incluindo sindicatos. E quando o partido não pode dar a cara, porque alguns estão vinculados com compromissos europeus, vêm os pesos pesados que momentaneamente estão de fora: " ... não senhora faça-se um referendo, os portugueses precisam saber..."

Um referendo!? Saber o quê?

Nós já sabemos que o que eles querem é tempo de antena, querem arranjar dinheiro com estes estratagemas dos referendos. Pois é, eles são profissionais da politica, e a crise ali não pode bater. Se os cofres dos partidos se estão a esvaziar, é preciso arranjar umas eleições para se ir bater ás portas dos filiados, dos grandes construtores, das grandes empresas, etc..., porque a lei assim o permite.

Se eu lhes disser, que no ultimo referendo ( sem prejuízo do seu objectivo ), os partidos mais o movimentos cívicos gastaram 2.500.000€, e a Comissão Nacional de Eleições gastou o dobro com a logística desse mesmo referendo.

E o próximo se o fizerem, com a inflação e as derrapagens a que estamos habituados, chegará, somadas as partes aos 10.000.000€.

Aquando da visita ao Alandroal do Ministro da Defesa Severiano Teixeira, para o lançamento da primeira pedra para a creche " O Chaparrinho ", disse:

"Este equipamento é dimensionado, para 30 crianças e 10 postos de trabalho, terá um custo de 350.000€".

Já viram, com 10.000.000€ ( custo do referendo ), quantas crianças educávamos e quantos postos de trabalho criávamos?

O Ministro da Saude Correia de campos, veio este Outono ao Alentejo para entregar 4 ambulâncias do INEM de Suporte Imediato de Vida ( SIV ). Que custam 10.000€ cada e são tripuladas por um(a) Enfermeiro(a) e um Técnico de Ambulância de Emergência.

Já viram, com 10.000.000€ ( lembro - custo do referendo ), as ambulâncias INEM- SIV que não compraríamos e os anos que dava para a pagar os salários aos respectivos tripulantes. Quantas mais vidas salvávamos e mais quantos empregos criávamos?

Falei-vos no sector da educação e saude, foi os que me vieram á cabeça, como poderia dar exemplos de muitos outros sectores.

Mas depois vêm os tais "profissionais", dizer que o problema não se pode pôr assim e que os portugueses merecem dar a sua opinião, que o voto dos portugueses é que decide tudo, que não é por se gastarem uns milhares de euros que se vai tirar a voz ao povo, blá, blá....

E digo eu, quando nós votamos e os metemos lá no Parlamento, é para quê? É para decidir este tipo de coisas pá... já estou chateado pá... qualquer dia o Sócrates, o Jerónimo, o Portas, o Menezes ou Louçã é a telefonarem cá para casa: " Ó Rosinha, posso ir ao W.C.?

Ao W.C.!!! Fazer merda não? É pá, se é para isso continuem a fazer onde estão sentados, ao menos essa não cheira mal!

Mas meus caros leitores não se esqueçam, fazer uma simples cruzinha no SIM ou no NÃO, vai-nos custar 10.000.000€. Eu sou democrata, mas não sou fundamentalista. Resolvam lá isso de outra maneira.

Manuel Varandas

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo plenamente contigo Rose...e a estes 10 milhões de euors, ainda podemos acrescentar os cerca de 9 mil milhões de euros do TGV e os cerca de 4 mil milhões de euros para a construção do novo aeroporto! É só benefícios...para alguns.