terça-feira, 22 de janeiro de 2008

PESAMENTOS DO EDITOR - "GAZEADOS"

No espaço de três dias rebentou a “Bomba a Gás”, em Évora e Lisboa. Bem, em Lisboa parece que não foi bem assim, depois de evacuado todo um quarteirão da Capital, apurou-se que foi um “descuido” mal cheiroso de uma funcionária da faculdade de farmácia.

Mas o alerta já estava dado, e o Pais já não dormiu descansado e muito menos os Eborenses, depois de duas explosões sem que se soubesse a origem das fugas.

Mas antes de acontecerem estas desventuras, já eu sabia que os ares de Évora eram diferentes. Amigos que foram para lá, aqui do Alandroal e de outras paragens, até que eram” atiladinhos”, mas agora quando os vejo, parecem Judeus acabados de sair das câmaras de gás do campo de extermínio de Auschwitz, estão completamente “ esgazeados”, ou será que já eram!?


A sério, será o gás canalizado uma boa opção?

Num pais, onde ninguém se responsabiliza por nada, onde os seguros se descartam sempre e a culpa morre solteira, será que é boa ideia investir-mos nas nossas casas numa rede de gás canalizado?

As minhas dúvidas ganham legitimidade, porque a lei que regula as novas construções, obriga a que a planta de qualquer casa tenha projecto de gás canalizado, entre outras obrigatoriedades.

E tudo isto comporta mais custos, que fazem aumentar o preço final das casas. E o preço que pagamos a mais, traduz-se em segurança? Que afinal é o que mais importa.

Depois do que vimos em Setúbal, vários andares de um prédio completamente devastados, em Évora, dois rebentamentos que deixaram uma mulher gravemente ferida e várias famílias desalojadas. Recordo-me de ver na Holanda, um quarteirão inteiro ficou completamente destruído.

Em Portugal, a maioria das canalizações actuais, são relativamente novas. Mas e quando começarem a precisar de manutenção? Nós sabemos como funciona o Português!

Fica sempre para depois, o particular porque é desleixado ou não tem dinheiro, a empresa concessionária porque quer ter mais e maiores lucros. E sabe se houver azar, em tribunal safa-se sempre, porque no nosso pais, nunca se apuram responsabilidades.

O “ depois “, para muita gente, pode já ser demasiado tarde. E um dos meus lemas é a prevenção, por isso todos esta interrogações neste meu pensamento.

Também eu vou construir uma casa nova, onde não posso “fugir à dita tubagem, mas não será aconselhável a tradicional “ bilha”? Ao menos se eu for descuidado, rebento só com a minha casa e não com o quarteirão todo. E ainda fico com a esperança de um dia me aparecer à porta a imortalizada “menina do gás”!

Se houver algum sábio na matéria, por favor dê uma ajudinha a elucidar este pobre leigo e de certeza que ajudará muitos outros que têm as mesmas duvidas.

Manuel Varandas.

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