terça-feira, 1 de abril de 2008

PENSAMENTOS DO EDITOR - CENTRO HISTÓRICO

O Alandroal, como quase todas as velhas localidades, possui um centro histórico habitacional muito degradado. Onde se vêm muitas casas desabitadas e em ruína.

Este problema tem-se vindo a constatar desde à trinta anos a esta parte, porque o Alandroal tem vindo a perder muita da sua população natural.

Tem vindo nos últimos anos a adquirir novos habitantes, mas estes por terem dificuldade em adquirir moradias em condições de habitabilidade no centro histórico, preferem comprar nos novos bairros. O que não é de todo censurável.

Ora sendo assim, o problema está nos naturais não residentes, que por contingências da vida, tiveram de se deslocar para outras paragens, ou naqueles Alandroalenses de segunda geração que herdaram de parentes e nunca mais quiseram saber das “velhas casas de família”.

Quando alguém ou um empreiteiro, tenta adquirir umas dessas casas, os herdeiros pedem quantias completamente desfasadas da realidade do interior Alentejano. Eles estão no seu direito, cada um pede o que quer por aquilo que é seu.

Mas o direito deles, não pode escamotear o direito dos vizinhos nem de uma pequena comunidade, como é a do Alandroal. Porque na maior parte dos casos, esses edifícios devolutos, arrastam problemas de saúde pública para quem vive paredes meias com esses mesmos edifícios. Por isso o problema não é só estético.

A solução para ter-mos um centro histórico mais cuidado e habitado, passa por dar-mos condições aos donos e ou empreiteiros para que possam tornar habitáveis os prédios devolutos e degradados.

A fórmula "mágica" é a seguinte:

Aos prédios devolutos, mas que receberem intervenção para melhoramento nos últimos vinte anos, nada a apontar. ( possivelmente, são na sua maioria de Alandroalenses que cá não vivem, mas que quando querem matar saudades, têm cá o seu cantinho cuidado).

Aos prédios devolutos e degradados, o Município tem um meio legal e eficaz para levar as pessoas a fazer melhoramentos ou a venderem a quem queira restaurar.

É aumentar ao máximo permitido por lei o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), sobre estas casas. Não esquecer que isto são, “segundas”, “terceiras”... moradias de quem tem outras onde estar. Logo que os melhoramentos fossem efectuados, fosse por quem fosse, reduzia-se o IMI.

Tenho consciência que com esta medida não irradicávamos totalmente o problema, mas que era atenuado consideravelmente, era.



Infelizmente, são bem poucos os exemplos como este. O Empreiteiro Miguel Mancha requalificando parte da Rua Dr. Antº José de Almeida.

Este é um exemplo padrão, o empreiteiro comprou o edifício, mas teve de mandar tudo abaixo, porque não compensava restaurar. Em suma, comprou "só" o terreno e ainda teve de arcar com os custos da demolição. Vistas as coisas assim, na maioria dos casos as pessoas preferem comprar na periferia um terreno limpo.

Se não se fizer nada para alterar esse tipo de coisas, qualquer dia os centros das localidades estão "sem vida", ou se quiserem, "desumanizados"!

16 comentários:

Barragem de Lucefecit disse...

É muito triste ver estas situações. A casa que a minha mãe e os meus tios têm em Terena se não fosse a minha mãe à 10 anos atrás, ter pedido ao banco dinheiro e arranjado o telhado e paredes, a casa estava toda caida. Agora um dos herdeiros não quer pagar a parte dele, só quer usufruir!!!
Se calhar o que a minha mãe devia ter feito era ter deixado cair. Tinha feito partilhas e tinha comprado a casa barata. Agora vai lá um avaliador e a casa vale muito mais, mas com o dinheiro que a minha mãe lá gastou.

Barragem de Lucefecit disse...

Hoje é dia um, mas o meu comentário é verdadeiro. Antes fosse mentira...

Anônimo disse...

Muito pertinente este artigo!

Não fosse a enorme BUROCRACIA e a falta de SENSIBILIDADE existentes para estas questões, talvez se recuperassem mais casas.

Anônimo disse...

infelizmente o problema do abandono dos centros hirtoricos não é apenas no alandroal é por todo o pais, talvez o exemplo mais pertinente é o caso da baixa pombalina que é um marco histórico da cidade de lisboa, sendo a baixa pombalina um dos "avanços" mais importantes da história da engenharia mundial, é degradante que seja apenas habitado por meia duzia de "velhotes" e sem abrigo, que ou por não terem para onde ir ou por necessidade de um tecto para se percaverem das intempéries, isto tendo em conta que aquela area é percorrida por milhares de pessoas por dia sem se aperceberem do que se passa nos pisos superiores os quais não possuem lojas. No caso do alandroal é defacto triste pois os edificios existentes no centro sao defacto muito reaproveitaveis e em vez de estarem habitados estão am degradação.
Em relação ao senhor Empreiteiro Miguel Mancha, apesar de não estar a reconhecer o local, tenho pena que o edificio tivesse que ser demolido, ou sera que não ficou mais barato ter demolido do que pagar um projeto de estabilidade que conseguisse manter o existente.

Barragem de Lucefecit disse...

Pois, infelizmente, o dinheiro comanda o Mundo...

Anônimo disse...

Quem fez estes dois ultimos comentários percebe alguma coisa de arquitectura/Recuperações??

Sabe em materiais são construidas as casas no Alentejo?

Sabem se esta podia ser restaurada???

Ou preferiam ter ali, como em muitos casos e muitas localidades deste país, um monte de lixo/poluição/perigo para os vizinhos???

Era bom era haver muitos Manchas neste país e menos hipócritas do que aquilo que há......

Anônimo disse...

ao anonimo de dia 4|abr.
Talvez devesse ler melhor o texto em vez de mandar postas de pescada, eu disse que não sabia o estado do edificio apenas fiz referençia ao que vem a acontecer por todo o pais.

E sim meu caro Sr. percebo alguma coisa de arquitectura, e também de recuperações e até que ponto se podem recuperar ruinas.

Ja agora também lhe digo que como alentejano, também sei e muito bem em que materiais são construidos os edificios no alentejo.

Novamente volto a referir que não sei em que estado estava o edificio, apenas fiz uma referencia que expliquei em cima.

Também lhe digo que a solução do deitar a baixo para fazer de novo não é uma politica de arquitectos e sim de engenheiros, talvez seja o senhor que deve aprender alguma coisa sobre arquitectura, recuperação e recualificação de edificios.

Anônimo disse...

Para uma pessoa que escreve requalificação com "c" está tudo dito.....

Venha cá ao Alandroal que nós ensinamos-lhe a escrever e a requalificar.....

Teóricos e maus está o país cheio...

Anônimo disse...

Peço desculpa a vossa magestade que nunca se enganou nem todos podemos ser perfeitos como o senhor.

E estou a ver que o senhor não é um teorico mas um pratico, por isso é que a arquitectura em portugal é aquilo que se vê.

Terei todo o gosto em ir ao alandroal, para que me possa ensinar a escrever Requalificar.

Sem teoria não há pratica...

Anônimo disse...

Por haver muita teoria é que há os milhares e milhares de prédios e casas em ruinas por este país fora..

O país precisa é de acção....

Anônimo disse...

também é verdade, mas de acção pensada...

Anônimo disse...

já está a melhorar.......

Anônimo disse...

Vela lá, juntamos a sua teoria e a minha acção e fazemos aqui umas recuperações!

Anônimo disse...

poderá ser uma boa parceria...

afinal o alandroal bem precisa.....

Anônimo disse...

poderá ser uma boa parceria...

afinal o alandroal bem precisa.....

Anônimo disse...

poderá ser uma boa parceria...

afinal o alandroal bem precisa.....