sábado, 4 de junho de 2011

A TERTÚLIA DE SEXTA À NOITE

TERTULIANOS , suas "alarvidades" e leviandades

Ordem de Trabalhos:

1. Carne preta com ameijoas. ( Este ponto é variável semanalmente ).

Foi um menu alentejano, este que a Adega dos Ramalhos nos proporcionou, começando logo pelas tradicionais entradas: Azeitonas, palaia, presunto e queijo em meia cura. Depois a "carne preta com ameijoas", não é mais do que "carne de porco à alentejana", mas feita com nacos de carne de porco preto e ameijoa também ela escura. À parte os pormenores, estava como disse inicialmente o adegueiro, « uma especialidade »!

2. Discussões infundadas, sobre matérias que não percebemos. ( Este ponto é invariável).

Várias leitores e até colegas de tertúlia me têm dito: Tens de começar a escrever outra vez a tertúlia, pá, ás vezes aquilo estava engraçado!

Ora bem, as Tertúlias de Sexta à Noite, sempre se têm realizado, mas nem sempre tenho tempo de escrever as crónicas das mesmas; nem tempo, nem vontade. Mas ontem prometi a alguns colegas tertulianos, que me iria esforçar por recomeçar a escreve-las, e então cá vai:

Ontem a tertúlia começou a discussão com os receios e anseios do E.coli, a bactéria que originou a crise do pepino, mas que agora já não tem a ver com o pepino e o problema está mesmo ai, saber ao certo qual é o verdadeiro portador do E.coli? Ao certo ninguém sabe, nem os alemães, que são a parte mais interessada, pois foi na Alemanha que esta crise começou e originou mais mortes, mas já alastrou a outros países europeus.

A "Liliputiana" pareceu-me positivamente documentada para a discussão do assunto, mas nem mesmo ela tem a resposta que possa ajudar os germânicos, ainda assim "aventou" várias hipóteses sobre o portador e o causador. O portador pode ser qualquer alimento, tanto vegetal como animal. Advoga ela que a bactéria se desenvolve em ambientes frescos e húmidos, logo pode ser em frutos ou legumes frescos, até mesmo em carne ou peixe e o mais grave é que o vírus já sofreu várias mutações o que dificulta a cura.

Já quanto ao causador, ela opta pelo teoria da conspiração, guerra comercial ou biológica, deu até exemplos de outras crises do género, como o H5N1 ou o Ébola, em que houve sempre empresas ligadas à industria farmacêutica a lucrar desmesuradamente à custa do sofrimento alheio. E Eu para dar mais animo à sua firme convicção da conspiração ainda reforcei: Também pode ser terrorismo biológico contra o Ocidente? Ao que ela anuiu, mas Eu não tenho a mínima...! Estou a zero!

Já a "Alf" ( Uma coisa do outro mundo ), nova observadora, mas com conhecimentos técnicos em virologia, foi bem mais cautelosa a abordar o tema. Considera ela que actualmente nem a Organização Mundial de Saúde se arrisca a emitir directrizes sólidas e permanentes, porque continuam a avaliar a situação e não há dados estáticos, para que possam emitir conselhos consistentes. A "Alf" diz que nesta fase e com os parcos conhecimentos da classe cientifica nesta matéria, aconselharia uma boa lavagem dos alimentos e sobretudo comer alimentos cozinhados. É o que vou procurara fazer.

Um outro assunto muito debatido, foi a integração dos ciganos. Já não me lembro qual o motivo que deu inicio a este debate, mas não foi nada consensual. Houve várias opiniões para resolver a problemática dos ciganos e algumas bastante extremadas! Mas vou debruçar-me sobre a minha, pode não ser a mais consensual, mas quer-me parecer que será a que obtém melhores resultados. A aculturação.

A aculturação da etnia cigana através da escola levará anos, talvez duas gerações, custará muito dinheiro, mas parece-me ser a única forma de aproximar a vivência cigana aos nossos padrões de vida e principalmente ao respeito pelas regras instituídas a todos os portugueses. Uma coisa é certa, o nomadismo nunca aproximou etnias, o método mais eficaz para aproximação das pessoas é a convivência duradoura e isso só se consegue com a sedentarização, mas também esta não se consegue obrigando, forçando, impondo... Tem que se dar algo em troca, para atrair as gerações mais novas a irem à escola e assim manter as famílias longos períodos numa mesma comunidade. Quem não achou graça a esta ideia foi o Aphia, que está farto que "aventem " com todos os problemas da sociedade para a escola resolver!

Nada ficou resolvido! Mas deste tema surgiu a alarvidade da noite, autoria do " Carlinhos", já perceberão.

Contou o "Reileão", que seu amigo "Carlinhos", um "bon vivant" que havia vindo para estas paragens desde tenra idade, perdeu-se de amores por uma jovem alandroalense de valiosos atributos e com quem viria a casar, com ela e seu grande dote, dote esse conseguido em negócios com ciganos, anos e anos a fio. Mas vamos à alarvidade:

"Carlinhos" deslocava-se ao fim do dia laboral e com regularidade, ao posto de trabalho do Reileão a convida-lo para grandes borgas em Badajoz. Combinavam encontrar-se na Pastelaria Arco-iris e dai partiam, não sem antes, "Carlinhos" passar por casa, donde, disse o "Reileão", trazia sempre grandes maços de notas, das maiores que havia na altura em escudos. Já na rua, mas ainda perto de casa e a entrar para o carro, "Carlinhos" ouviu da janela a já mãe de seus filhos esbracejar e brandir: « Onde vais tu "Carlinhos"? Gastas o dinheiro todo com essas maganas! Mas o que têm elas, que eu não tenha?

Vira-se Carlinhos: « Boquiiinha filha, boquiiinhaaa!!! »

Já no fim da tertúlia houve um boa sessão de anedotas, da qual foi estrela o "Air-fado" e uma pequena incursão pela politica, mas como hoje é dia de reflexão, nem vou falar no assunto. Apenas digo, amanhã é dia de eleições, não fiquem em casa, a democracia não pode morrer.

Até daqui a 15 dias. Manuel Varandas.

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