TRAVESSA DOS ARCOS
Estas duas relíquias foram-me facultadas por um Alandroalense à beira dos 60 anos, mas na foto de baixo era a criança que está de chapéu nos meio dos outros. Por ai podem aproximadamente calcular a idade destas imagens, se é que são as duas da mesma altura.
Mas uma coisa é certa, são as duas tiradas na Rua dos Arcos e que contêm várias curiosidades.
Nesta de baixo podemos ver como era a entrada principal do Castelo do Alandroal, com um dos torreões á vista, como nunca mais a nossa vista pode alcançar.
Como podem ver eram rematados por coruchéus cónicos. Mas nessa altura passou por aqui um reconhecido historiador que teve a infeliz ideia de “restaurar” o castelo. E o que fez? Como o torreão paralelo a este ( não se vê nesta foto ), estava com a cúpula em ruínas, em vez de restaurar este, não, decidiu derrubar também aquele que estão a ver na foto, para ficarem os dois iguais!
Cometeu aquilo a que nós chamamos agora de crime contra o património. Mas não cometeu só este tremendo erro, delapidou parte do castelo do Alandroal, levando várias imagens para a “sua” Lisboa. Mas disso falarei um dia mais tarde.
Já agora, sabem como se chamava esse historiador e para onde levou o nosso património? Se não sabem, vão ficar a saber aquando da exposição sobre o restauro do castelo, que vai ocorrer no final deste mês no Fórum do Alandroal.
Por agora concentremo-nos nas duas fotos que estão a ver. Se repararem as duas têm a mesma particularidade, ao fundo mostram um portão. O portão das minhas “liberdades”, era por ali que eu me escapava para as brincadeiras “proibidas”!
Até que o meu pai, Zás... Um pano de tijolo e lá se acabaram as escapadelas clandestinas.
Estávamos em pleno Abril de 74, começava-se a apregoar a liberdade para todo um povo, e eu encarcerado na minha própria casa! Todo um contraste.
3 comentários:
Não é Rua mas Travessa dos Arcos
Esta travessa deve ter algo de muito belo, ou misterioso, sei lá!
Sabias que há muitos anos atrás uma
fotografia dessa mesma travessa e com esse mesmo enquadramento ganhou o primeiro prémio de um concurso de fotografias do extinto Diário Popular?
Chico Manel
Esse "historiador" chamava-se Duarte Pacheco Pereira e era o ministro das obras públicas de então.
Postar um comentário