O Alandroalandia mostra hoje a sua escolha para esta 3ª edição do Alandroal Monumentoso, o pelourinho de Terena, que eu considero o mais bonito do Concelho de Alandroal, também é possivelmente o único que se mantém conforme o original.
História:
O pelourinho de Terena, de factura quinhentista, ergue-se na Rua Direita sobre um soco encostado à actual Torre do Relógio, contígua ao antigo edifício da Câmara Municipal da vila. Não será esta a sua implantação original, uma vez que estes imóveis datam já do século XVIII (sendo a torre do relógio confirmadamente posterior ao terremoto de 1755); no entanto, a colocação da picota ou fuste junto à casa da Câmara respeita a tradição secular, sendo provável que esta se levantasse diante da antiga Domus Municipalis, no recinto do castelo.
A vila de Terena recebeu foral novo, dado por D. Manuel, em 1514; a construção do pelourinho, embora seguramente em consequência desta doação, remontará já ao reinado de D. João III, de acordo com a sua feição já plenamente renascentista. Para alguns autores, a semelhança deste monumento com o de Vila Viçosa significaria que este último teria servido de modelo ao de Terena, entre outros (como o de Veiros, este remontado).
Descrição:
Sobre dois degraus rectangulares, caiados nas faces e revestidos a lousa ( laje ) nos topos, assenta a base do pelourinho, constituída por plinto e escócia decorada com patas de leão, e uma pequena almofada em cordão. O fuste é uma pilastra em xisto de secção quadrada, monolítica, e faces lisas. Sustenta um capitel compósito, encimado por esfera de xisto sem decoração, dividida ao meio por uma faixa lisa, incrustada, em mármore. Merece atenção o jogo cromático conseguido pela utilização alternada do xisto e do mármore branco, da região.
Fonte: IGESPAR
Tal como os monumentos anteriores, também o pelourinho de Terena já está no Google Earth, no Wikipédia estou com algumas dificuldades na edição dos artigos, mas a seu tempo lá irei.
Descrição:
Sobre dois degraus rectangulares, caiados nas faces e revestidos a lousa ( laje ) nos topos, assenta a base do pelourinho, constituída por plinto e escócia decorada com patas de leão, e uma pequena almofada em cordão. O fuste é uma pilastra em xisto de secção quadrada, monolítica, e faces lisas. Sustenta um capitel compósito, encimado por esfera de xisto sem decoração, dividida ao meio por uma faixa lisa, incrustada, em mármore. Merece atenção o jogo cromático conseguido pela utilização alternada do xisto e do mármore branco, da região.
Fonte: IGESPAR
Tal como os monumentos anteriores, também o pelourinho de Terena já está no Google Earth, no Wikipédia estou com algumas dificuldades na edição dos artigos, mas a seu tempo lá irei.
10 comentários:
O Pelourinho de Terena
Bonita foto.
Bonita e esclarecedora.
Mostra o pelourinho, que já há muito tempo é considerado apenas um adorno, colocado ali frente à Torre do Relógio, depois de noutro local onde existiu, terem sido encerradas as funções que antes lhe haviam sido atribuidas.
O pelourinho, onde os nossos olhos hoje procuram ver beleza arquitectónica, durante séculos, representou a mais vil tortura praticada em público. Aos considerados criminosos era junto do pelourinho que era aplicada a pena, duma forma de justiça cruel, que se prolongou ainda para além da época medieval.
Do lado esquerdo deste instrumento de má memória, pode ver-se na foto, uma velha porta a cair de podre a qual pertence ao emblemático edifício da Santa Casa da Misericórdia de Terena.
Se a foto fosse um pouco mais abrangente para a esquerda, veríamos a porta principal da Igreja da Misericórdia, que está ainda mais podre e a cair aos bocados.
Ainda bem que o pelourinho não necessita de manutenção para se conservar em bom estado. Erva ruim não se queima da geada...
Rosinha, obrigado pela foto e por o que escreveu sobre o pelourinho de Terena.
Ao mesmo tempo, obrigado também por (talvez inadvertidamente) ter mostrado também, uma pequenina parte da miséria do património "monumentoso" que pertence a Terena.
Num lugar que deveria estar devidamente preservado, e funcionar até, como se de um cartão de visita se tratasse, encontra-se disto.
De quem é a responsabilidade de tamanho desleixo?
O património, seja ele cultural ou “monumentoso” representa a memória dum povo.
Um povo que não preserva o seu património é um povo sem história.
Concordo que o edifício da Misericórdia está num estado de degradação vergonhoso; numa vila e num concelho sem meios de produção, esta deveria ser a grande aposta; já cá temos a matéria prima agora era só restaurar o que fosse preciso, conservar e divulgar. Mas vamos lá falar em usar dinheiro para o património... caiem-nos todos em cima, que há mais onde deve ser gasto! Na minha opinião era nisto que o município, e os particulares, deviam investir. Mas quantos técnicos ligados ao património tem a câmara a trabalhar? Quando falo em técnicos não falo nos curiosos que até gostam muito do tema mas não têm habilitações próprias; eu não conheço ninguém dos quadros; falou-se por aí de uma pessoa que até me parecia uma boa aquisição mas acho que as politiquices se meteram pelo meio, é pena. Sei que um técnico nada pode fazer se não lhe derem meios mas sempre se ia fazendo alguma coisa.
Será que a palavra monumentoso existe? Parece que não soa muito bem!
Sim existe; a mim também não me soou bem e fui procurar, significa o mesmo que monumental, mas parece um português mais antigo.
Obrigado pela informação.
Quem se lembrou de trazer para aqui a palavra "monumentoso" foi o Rosinha.
Repare que no comentário essa palavra é usada entre aspas por alguma razão...
Estou a ver que a palavra "monumentoso" está a levantar alguma celeuma, passo a explicar:
Quando decidi dar o nome de "Alandroal Monumentoso" a esta crónica, também não me soou muito bem, até me parecia assim "cavernoso".
Ainda pensei em "Alandroal Monumental" ou " Alandroal, Um Monumento", mas pareceu-me sobranceria a mais. E depois como o "Alandroal Monumentoso" tem como objectivo dar a conhecer os monumentos mais antigos do Concelho de Alandroal, tentei arranjar uma palavra de um português mais arcaico e foi a que encontrei. Claro que tive o cuidado de ver se a palavra constava no dicionário actual e de facto lá está: MONUMENTOSO - Monumental, grandioso...
Fiquem bem, Rosinha.
Rosinha isso dos monumentos não tem a mínima importância para este "povo sem história".
O que tem importância está bem à vista:
O que nos dá maior gozo
No Concelho do Alandroal
É saber se monumentoso
Estará bem escrito ou mal
Monumentoso = Monumental
A perda de tempo para se saber que as duas palavras tem o mesmo significado revela o índice cultural de ALGUNS dos comentadores.
Ainda bem Manel que não tardaste no teu "pedagógico esclarecimento".
É tão leve consultar dicionários e não esvaziar, de modo próprio, os comentários (que podem ser culturalmente bem mais úteis).
"De omni re scibili, et quibusdam aliis"
Abraços para todos
António Fontes Coelho
AINDA SOBRE O PATRIMÓNIO MONUMENTOSO DE TERENA (de quem é a responsabilidade de tamanho desleixo!!!)
Muito oportuno o comentário do desconhecido autor de 2010.11.05, das 22.57.
Permita-me aplaudir.
Há muitos, muitos anos (na década de 80 ?) visitei aquilo que foram as instalações do antigo Hospital da Misericórdia de Terena e, bem me recordo, do que estava a acontecer em termos de infiltrações motivadas pela progressiva degradação da sua cobertura, velho diagnóstico da ruína de qualquer edifício.
Soube mais tarde (anos 90 ?) que o autarca de freguesia de então teria, a custos da autarquia, mandado substituir a degradada cobertura e que, qual criminoso, por pouco não foi condenado á morte por tão aparatoso ATENTADO AO PATRIMÓNIO.
Até os «COMPETENTES» serviços regionais de Évora o admoestaram e lhe proferiram a sentença condenatória...de uma IGNORÂNCIA e ESTUPIDEZ, atrozes.
Mas aconteceu, de facto.
Cometeu o crime de mandar substituir a cobertura, sob a competente decisão de proteger o edifício.
E...naquele tempo...não havia tantos engenheiros, arquitectos, doutores, professores, licenciados, técnicos,fazedores de opinião, etc., etc., etc.. como hoje.
Fê-lo COMO SE ESTIVESSE A PROTEGER A SUA HABITAÇÃO.
Um outro comentário de jaez política á decisão do Autarca também poderá ser feito.
Ficará para outro tempo.
O HOMEM a quem me refiro foi o SENHOR TORCATO FELIX.
Posteriormente, talvez o nosso comum amigo Bráulio, tentou também fazer algo em defesa DAQUELE VALIOSÍSSIMO PATRIMÓNIO envolvendo até no processo o Pe. Vitor Melícias (das suas relações) e ao tempo Presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, que esteve em Terena para apreciação do processo "Misericórdia".
Resultados!!!
Concluo felicitando-o uma vez mais e para lhe fazer um apelo: Continue com a qualidade do comentário que postou.
Abraços para todos
António Fontes Coelho
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